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quinta-feira, outubro 20, 2011

bailarina

















lembrava de meu pai naqueles dias de chuva, foi num dia como aquele que foi e não voltou. ele nunca esteve muito tempo dentro de casa e recordava-me dele apenas pelos presentes que trazia e pelo cheiro de bebida e cigarro que exalava. trouxe-me uma vez uma caixinha de música, dessas que vem com uma bailarina. talvez por isso bebia e fumava tanto, para ter de volta o cheiro de infância. no vigésimo quarto capítulo, Carlos a tirava pra dançar e ela sentia-se como a bailarina da caixinha, rodando, bêbada, sobre um mar de espelhos.

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