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segunda-feira, abril 09, 2007



Luxúria
O dia não tinha brotado no horizonte, mas o ar estava fresco, todos dormiam. Sentia-se livre, solta das arestas rústicas que a prendiam nas buscas diurnas monumentais. Sentia-se calada, pois sua voz estava presa em seu ventre, em seu sexo. Não queria acordar ninguém, mas foi tomada por um pensamento gentil. Uma saudade do que se esqueceu de acontecer.
Pousou sua mão quente sobre seu sexo frio, suspirou e encaixou a mandíbula. Lembrou-se de como tivera sede por si mesma e por um momento pensou em outras mãos ali.
Fechou os olhos e forçou seus quadris contra as mãos, tinha desejos ocultos e pensamentos leves e despretensiosos.
Era um devaneio incontido, que empedrou-se em pensamento quase real, as mãos buscavam seu sexo e o sexo retribuía a busca constante e prazerosa.
Tão silenciosa e pudica que por um momento se entregara à ilusão da luxúria, de possuir-se a si mesma, num estágio pleno de si.
Tocou-se fundo, o mais fundo que pôde alcançar e num delírio pleno de sentir-se vibrar, gozou uma, duas, incontáveis vezes consigo. Com ela não precisava falar, não precisava suspirar em demonstração de satisfação, o gozo se bastava.
E quando se satisfez de si, quis beijar-se, mas pousou sua mão fria, sobre seu sexo quente e adormeceu.

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Um comentário:

Lunna Guedes disse...

Belas palavras no meio dessa madrugada que se deixa arder para te decifrar minha amiga...
Bjus (mais e mais)